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Um ano de EAD: qual será o futuro da educação?
Há um ano, os alunos e professores estão lidando com as consequências da pandemia e do sistema de Ensino a distância.
O governo de Minas Gerais decretou a suspensão das atividades presenciais em escolas e faculdades por causa do aumento de casos de coronavírus no estado. Há um ano, a notícia era a mesma: a pandemia atingiu o Brasil, fechando o comércio, os serviços não essenciais, a educação. Hoje, 17 de março de 2021, crianças, jovens e adultos se veem na mesma situação de 2020, estudando na modalidade de Ensino a Distância.
Após um ano de tentativas em conter o avanço do coronavírus, o país está na mesma situação e ainda pior. Durante este tempo, as escolas tentaram uma reabertura com medidas restritivas e, mesmo assim, permaneceram no EAD. A tecnologia foi uma aliada neste período, entretanto professores e alunos ainda têm dificuldade de adequação.
Luciano Sathler é membro do Conselho Científico da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e explicou que a pandemia acelerou o processo de migração do presencial para o virtual. Entretanto, com a emergência da situação, o EAD não foi disseminado de forma correta, sem a preparação tanto dos alunos quanto dos professores para o ensino.
“Em outras palavras, o design tradicional das relações de ensino-aprendizagem presenciais e a abordagem desumanizante e tecnicista da maioria dos modelos de EAD hoje praticados não nos serve mais nesta época em que imaginação, cuidado e consciência são necessários para resolver os grandes problemas do mundo. Não há melhor momento de mudar isso do que na resposta ainda emergente à pandemia atual”, ressalta Luciano.
A estudante de jornalismo, Letícia Alves, confirma a fala de Sathler ao dizer que os professores tentam compensar a ausência do ritmo do presencial com mais trabalhos e provas no virtual. “Eles estão dando muito mais trabalho, está sendo muito mais difícil, muito mais demanda, que nós alunos estamos tendo”, explica a estudante.
Como fica a saúde mental?
Apesar de estarem conectadas diariamente umas com as outras por meio do ensino a distância, as pessoas não possuem a interação pessoal e calorosa de antes. Além disso, passar o dia inteiro dentro de casa, mexendo no computador ou no celular, afeta a saúde mental e física delas.
Letícia afirma que se acomodou com o ensino remoto e estagnou em diferentes pontos de sua vida. “Senti também que o regime remoto me deixou muito desanimada do curso, muitas vezes pensei: ‘será que é isso mesmo que eu quero?’. Acaba que a gente começa a ficar desanimada de ter que levantar todo dia para assistir a uma aula on-line, sem contato com ninguém, e a aula on-line é muito mais difícil de adquirir conhecimento”, explica a estudante.
O psicólogo, José Geraldo Ferreira, explica que diante de uma mudança de rotina, como a pandemia, a saúde emocional também é afetada. “O trabalho pode ficar afetado por estas alterações no nosso humor, na nossa saúde mental, as situações familiares, sociais etc. E não seria diferente no contexto acadêmico, tanto no EAD quanto presencial, porque se nossa saúde mental não vai bem, se ela está abalada, a gente consequentemente não terá o mesmo rendimento que teria em uma situação que estivesse tudo dentro da normalidade”.
Luz no fim do túnel
José Geraldo dá dicas sobre o que fazer para melhorar a saúde mental e, consequentemente, o rendimento no EAD. Segundo o psicólogo, é necessário que as pessoas façam outras atividades dentro de casa, além do estudo, como por exemplo, procurar por diferentes hobbies para poder se distrair. Além disso, exercícios físicos e mentais, como baralho e dominó, contribuem muito para o bem da saúde emocional neste momento.
Respondendo a pergunta no início da matéria: sabe-se que o EAD é um caminho sem volta. Em meio a tantos avanços e circunstâncias, a pandemia só fez que o ensino a distância fosse implementado de forma mais rápida. A solução é que as pessoas se adequem cada vez mais a essa tendência que fará parte do futuro da sociedade brasileira.